quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Resenha: Só podia ser você

Eu tinha 16 anos quando comecei a ler os livros da série Gossip Girl de Cecily von Ziegesar. Na época li os 11 primeiros volumes, mas por algum motivo acabei deixando de lado o último Só podia ser você que em ordem cronológica seria o primeiro (o livro conta o que aconteceu antes de As delícias da fofoca, primeiro volume da série).

Não sei muito bem o que há de tão encantador no mundinho podre de Gossip Girl, mas esses dias surgiu a oportunidade e eu decidi finalizar a leitura da série. Os livros de Gossip Girl são, no geral, bem fúteis. Linguagem informal e divertida, onde a autora não deixa passar um parágrafo sem citar alguma marca de luxo.

Mesmo sabendo como o livro terminaria, achei esse bem envolvente. É interessante ler sobre o porquê do sumiço da Serena, a obsessão de Dan por ela, e bem, como a Blair se tornou do jeito que é.

Ótima leitura pra quem tem preguiça de ficar na frente do computador stalkeando a vida de gente mais interessante que você.

Título: Gossip Girl - Só podia ser você
Autor: Cecily von Ziegesar
Editora: Galera Record
Páginas: 420

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A costura do invisível

Uma das coleções brasileiras mais incríveis de que eu tenho conhecimento é a de Jum Nakao para o verão de 2004, A costura do invisível. Ontem terminei de ler o livro homônimo publicado pela editora Senac e que traz em palavras um pouco de como foi o processo criativo por trás dessa coleção, além de citações de pessoas como Lewis Carroll. E também há imagens. Incríveis. Belíssimas. De tirar o fôlego mesmo. Imagens que tu olha e nem acredita que aquilo é mesmo papel e não uma renda finíssima vinda de Paris.


Mas a parte mais emocionante certamente está no final do desfile, quando as modelos rasgam as delicadas peças mostrando o quão frágil, efêmera e decadente a moda é. E é lindo ver a reação do público que assistia ao desfile, suas feições em choque e, em um segundo momento, a compreensão da crítica que o estilista propôs.



Uma crítica repleta de sensibilidade em forma de arte.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Adriana Degreas Spring Summer 2014

Agora que deu uma esquentada no clima decidi rever alguns desfiles de moda praia para o verão 2014 e logo lembrei da coleção da Adriana Degreas que foi uma das únicas marcas brasileiras que eu gostei e que foi uma das preferidas da estação.

O retrô encontrou a moda praia, com geometrismos da art decô, toucas de banho elegantérrimas, preto e branco (e vermelho!) e recortes sensuais. Peças sofisticadas e super desejáveis!



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Livro: Coolhunters

Me animei muito quando voltei às aulas na semana passada e encontrei um monte de livros novos na biblioteca da faculdade. Entre eles estava o Coolhunters - Caçadores de tendências de moda escrito pela espanhola Marta Domínguez Riezu. Não pensei duas vezes, afinal esse termo - coolhunter - já me interessa desde que comecei a estudar moda, lá em 2010.

Sobre o livro: não poderia ser mais cool! A linguagem é simples e bem humorada, com capítulos curtos e bem estruturados e imagens de arte e design interessantíssimas.

A autora explica o que é o cool e como e onde o coolhunter pode encontrá-lo. A peça-chave está nas pessoas cool, ou seja, pessoas que não aprovam elementos culturais massificados e que têm um comportamento inovador. A internet é também um assunto bastante abordado no livro, afinal é uma das ferramentas do coolhunting (sem deixar de lado, é claro, o mundo off line que é o que realmente importa).

Todo jovem é um coolhunter em potencial, o que faz a diferença é saber observar e descobrir o inovador, o cool, onde ninguém imaginou ser possível encontrar.

Título: Coolhunters
Autor: Marta Domínguez Riezu
Editora: Senac São Paulo
Páginas: 122

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Armani Privé Fall Winter 2013 Couture

A nova coleção de alta costura da Armani Privé caiu como uma luva nesse momento em que os anos de 1920 estão em voga, mais uma vez, devido a nova adaptação cinematográfica de The Great Gatsby.


Já na época das flapper girls a Vogue perguntava "moda e cinema, quem influencia quem?" e até hoje não se sabe ao certo. Mas o que eu posso afirmar é que, apesar das poucas variações de silhueta e cores, Armani apresentou uma coleção belíssima com a qual muitas garotas do mundo todo gostariam de se vestir.



Glamour com casacos feitos de nuvem e cores cremosas.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Produção de um editorial para revista

Na abertura da II Semana acadêmica de Design de Moda tivemos como convidada Natália Müller, jornalista e produtora de moda, falando sobre as etapas necessárias para realizar um editorial de moda para revista.


Em agosto do ano passado, participei de um workshop semelhante com o Dudu Bertholini, onde aprendi, na prática, como realizar uma sessão fotográfica para editoriais e catálogos. Já a palestra da Natália foi mais completa. Ela nos deu uma visão geral de como tudo isso funciona: pré-produção, a produção propriamente dita e a pós-produção.

O segredo para um editorial de sucesso está na pré-produção. Tudo o que é pensado antes pode nos poupar tempo (e estresse) na hora de fotografar. 

O trabalho do produtor de moda é bem abrangente. Além de pensar no conceito e estilo do editorial, ele tem que coordenar a equipe de apoio e ter certeza de que tudo está sendo feito da forma correta, tanto antes como durante a produção. Os pequenos detalhes às vezes são os mais importantes. E se a roupa caríssima emprestada da loja sujar ou descosturar? E se a saia ficar muito larga na modelo? Será que vai ter lanche o suficiente para todo o pessoal da equipe? O produtor de moda tem que estar preparado para tudo, com linha, agulha, alfinetes, fita crepe... e com listas de nomes e telefones de serviços que possam ser úteis.

A pós-produção também é importantíssima! É como o acabamento final de uma peça de roupa. A seleção de fotos precisa mostrar a ideia que se tinha lá na pré-produção e os textos que a acompanham precisam estar coerentes.

Para ser um bom produtor de moda é preciso ter organização e ser multifuncional. Pode não ser fácil, mas o bom resultado de um editorial faz tudo valer à pena.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

Como surgem as tendências?

Quem se lembra de todos os rufos que vimos nas passarelas no ano passado? Todas as grandes marcas, incluindo Givenchy, Chloé, Gucci e Balenciaga, trouxeram rufos em suas coleções. Claro, rufos têm sido usados há séculos e não são um recurso de design inovador exatamente. Mas isso não te faz pensar como tantos designers pensaram na mesma ideia e ao mesmo tempo? Será que todos eles se encontram em uma caverna secreta embaixo do Grand Palais para discutir sobre ideias de design? Bom, há mais do que isso. 


Primeiramente, vamos entender como as agências de previsão de tendências funcionam. Elas existem como auxílio para atividades que necessitam de criatividade (como moda, propaganda e design de interiores) a filtrar suas ideias. A Worth Global Style Network (WGSN) e a Stylesight são, atualmente, duas das maiores agências de previsão na indústria da moda. O trabalho do pesquisador de tendências é prever as tendências que estão por vir e saber como e para onde irão se deslocar em curto e longo prazo. Eles fazem isso explorando o que há de mais atual na música, política, literatura, filmes, arte, etc. Eles pesquisam o que melhor vende, onde está sendo vendido e quem está comprando o quê. Eles analisam temporadas passadas e identificam padrões. Isso soa bastante vago porque suas metodologias são guardadas em segredo, e suas assinaturas são bastante caras. Isso, aparentemente, assegura qualidade, exclusividade e precisão. De fato, Julian e Marc Worth, fundadores da WGSN em 1997, inicialmente cobravam mais de 16 mil libras esterlinas por uma assinatura anual. 

No entanto, agências de previsão de tendências raramente (se nunca) são utilizadas por designers de ponta. Elas são mais usadas por empresas de médio e pequeno porte. Você não vai encontrar Karl Lagerfeld na lista de clientes dessas agências, mas sim nomes como Puma e H&M. Os designers de ponta utilizam suas próprias ideias e, portanto, definem as tendências. Eles são treinados para serem criativos. Um designer não estuda em uma faculdade para depois ler as tendências e copiar o que outras pessoas estão fazendo. Eles têm suas próprias visões e, se são importantes o suficiente, estarão liderando a indústria de moda. 

Então como designers de ponta têm ideias iguais? O mundo da alta moda é muito exclusivo. Muitos dos grandes designers são amigos e são expostos às mesmas influências e ao mesmo tempo. Nova York, Londres, Milão e Paris são capitais da moda super concentradas. Elas são também capitais culturais e, dessa forma, os designers acabam vendo os mesmos filmes, indo aos mesmos eventos, visitando as mesmas galerias e irão sempre viajar para os mesmo locais que “estão na moda”. Por exemplo, acredita-se que a próxima exposição do Met “Punk: Do caos à moda” inspirou um monte de designers nessa temporada. Nós também devemos considerar que muitas marcas luxuosas pertencem a conglomerados de moda. A LVMH, por exemplo, é possuidora de marcas como Louis Vuitton, Dior, Céline, Givenchy e Fendi. A PPR possui Gucci, Saint Laurent Paris, Bottega Venetta, Stella McCartney, Alexander McQueen e Balenciaga. Designers se misturam o tempo todo. 

Por fim, as tendências são comunicadas as massas através de revistas de moda. Depois das semanas de moda, os editores sentam-se ao redor de uma grande mesa e discutem sobre os looks mais memoráveis dos grandes desfiles. Eles fazem uma lista de tendências que planejam apresentar na revista e a enviam para representantes de relações publicas. Estes vão encontrar alguma coisa que se encaixe nas tendências (ainda que seja algo bem vago) e isso é o que vai na revista. A função da revista é mostrar e vender roupas, mas eles não podem simplesmente imprimir uma foto de um vestido da Prada e escrever “Compre isso! É Prada!”. Eles precisam apresentar uma história convincente para o leitor, que aí sim pensará que usar aquele vestido da Prada é moderno. Algumas revistas apresentam as mesmas ideias a cada temporada. Quantas vezes já vimos que o floral será tendência na primavera? Afinal, quando o floral não foi uma tendência?

terça-feira, 5 de março de 2013

Céline Fall Winter 2013/2014


Normalmente o minimalismo não chama a minha atenção, porém a coleção de Phoebe Philo para a Céline fez com que eu repensasse sobre o assunto. Casacos incríveis, saias bem moldadas, casacos, casacos e mais casacos. Destaque também para as botas de cano longo justíssimas e as bolsas que as modelos, literalmente, abraçavam. O corte perfeito das peças fez com que elas tivessem um movimento belíssimo na passarela.


Tudo parece tão confortável e ao mesmo tempo elegante (características difíceis de se encontrar juntas hoje em dia). 



Não podemos dizer que essa foi uma coleção super inovadora (infelizmente nada mais é), mas a partir de um "alguém usaria isso?" é uma das melhores da temporada.

domingo, 3 de março de 2013

Ralph Lauren Fall Winter 2013/2014

Elegantíssima. Assim posso definir a mulher idealizada por Ralph Lauren nessa temporada. Com referências russas, o designer trouxe calças e ternos perfeitamente cortados, camisaria sofisticada, bonitos suéters, e o principal, belíssimos vestidos de noite.



Confesso que antes dessa coleção nunca havia dado muita atenção a Ralph Lauren porque, convenhamos, a marca tem uma imagem muito datada por vestir a alta-sociedade americana, mas posso afirmar que vestiria grande parte das peças (com exceção das peles e couro) dessa temporada.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Filme: The other Boleyn girl

Não sou grande conhecedora da história da Inglaterra, porém gosto muito de aprender sobre. Com The other Boleyn girl foi possível entender um pouco melhor a queda de Catarina de Aragão, o surgimento da Igreja Anglicana e as intrigas e escândalos a cerca da controversa corte Tudor.

Eu conhecia o nome de Anne Boleyn através de uma música, e era isso. Com Natalie Portman no papel, simpatizei com o caráter de Anne. Até certo ponto, claro. É incrível ver como sua ambição foi tão grande a ponto de acabar com sua família, e a própria vida. 

Mas o título, The other Boleyn girl, ao meu ver, remete a Mary Boleyn, irmã de Anne, que não costuma ser mencionada na história do reinado de Henry VIII, mas que nessa produção recebeu devida atenção.

Um triângulo amoroso envolvendo um rei e duas irmãs. Até quem não gosta de história vai gostar dessa.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Filme: My week with Marilyn

Já assisti outros filmes biográficos sobre Marilyn Monroe, mas esse... Com esse consegui entender melhor quem de fato foi o ícone, que apesar de feliz (sim, acho que ela foi feliz apesar de tudo), tinha muitas inseguranças e angustias.

Não posso negar que durante todo o filme me incomodei com a não-semelhança física entre Marilyn e Michelle, mas isso se tornou tão irrelevante visto que a atuação da Michelle Williams foi impecável. Até mesmo as expressões faciais e os olhares eram iguais. Mesmo não "vendo" a Marilyn ali, eu pude senti-la claramente.

Muitos dizem que o filme não foi bem desenvolvido, que não houve nada de extraordinário na história. Eu penso diferente. A beleza de My week with Marilyn está justamente em sua leveza, em mostrar o quão amável Marilyn Monroe foi e ainda é.

"I'm going to fall in love with you because I always, 
always do."

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Elie Saab Spring Summer 2013 Couture

A coleção haute couture de verão 2013 do Elie Saab estava repleta de vestidos maravilhosos, com cores, cortes, formas e bordados belamente parecidos com suas coleções anteriores. Pois é, nada de original, mas Elie Saab conhece seus clientes e sabe bem o que eles gostam e querem comprar. Prefere não correr riscos.

No entanto, é inegável que suas peças são belíssimas! Os detalhes são incríveis e eu mal posso imaginar a quantidade de horas de trabalho que isso possa ter custado. Suas peças são atemporais. São peças que podem ser passadas de geração para geração e continuarão tendo a mesma beleza e valor.


Quem disse que alta costura tem que ser "moda"? Alta costura é como uma extensão do corpo, é respeito pela forma feminina e pura habilidade técnica elitista. Tudo o que Elie Saab tem em abundância.



An ode to delicateness.